12 setembro, 2010

Drogas Legais Sintéticas

Há uns tempos atrás uma amiga contou-me de uma ervinha que havia fumado e que a tinha feito... ficar muiiito bem disposta! ;)
Quando ela me diz que tinha comprado tal erva legal numa loja, porque era uma droga legal, eu fiquei pasma. Parece paradoxal, Droga Legal, não parece uma expressão com sentido não é?
E drogas legais em Portugal? Este país conservador?!
Não que duvidasse da minha amiga mas claro que fui pesquisar este assunto e na verdade fartei-me de rir quando descobri que se tratam de ervas sem as substâncias activas que constam da lei e controlo de estupefacientes, ou seja, são drogas alucinogénas na mesma mas como não há legislação que as proíba  são legais!

Descobri que de facto são um mercado emergente e que promete pela evoluir, portanto ou a legislação é revista a favor da Cannabis de uma vez por todas ou terão que andar atrás de todas as substâncias aluginogénas que são descobertas e colocadas à venda.

De qualquer das formas acho o máximo pois é um passo para que deixe de ser tabu o facto das pessoas gostarem de se sentirem... mais leves! (legal highs)
Sempre achei no mínimo hipócrita que num país de tanto alcoolismo culturalmente perdoado haver tanto tabu e preconceito a quem em vez de beber queira fumar qualquer coisita...


mais info aqui...

Adriana Calcanhotto - Quem é que não sabia?

E leu-se nas notícias:
Adriana Calcanhotto e a cineasta Susana de Moraes, a filha de Vinícius de Moraes, oficializaram a sua relação através da figura jurídica da união estável.

Esta é a alternativa jurídica apresentada pela lei brasileira para casais homossexuais, já que o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não é permitido naquele país. A relação é oficializada mas os membros do casal não têm os mesmos direitos que conquistariam com o casamento.


Amor que não tem idade:
Calcanhotto, de 45 anos, e Susana de Moraes, de 70, já namoram há vários anos.



Maravilhosa

08 setembro, 2010

Nem tudo é triste!


Neste blog não se fala só de tristezas e mortes!


Maria Dulce - homenagem a uma senhora esquecida

A actriz  Maria Dulce  faleceu. 
Sozinha num apartamento em Odivelas e sem familiares que reclamassem o seu corpo.

Mas alguém fez notícia disto? Uma artista de teatro, revista e televisão, que proclamava poemas e até há um disco com esse seu trabalho,  com carreira de 60 anos, comparando com a recente perda do António Feio esta perda do panorama artistico português não recebeu nenhuma atenção.
Foi porque estávamos em Agosto? Porque a senhora só fazia papéis secundários nas telenovelas? 
Não compreendo esta discrepância entre as reacções...


Uma coisa sei; esta mulher era linda, e aqui deixo fotografias que o assinalam bem. 
Era uma actriz de se tirar o chapéu. 
Proclamava poesia deliciosamente.
E não porquê, embora tenha uma desconfiança, o seu talento e trabalho foram esquecidos.

Pessoalmente eu gostava muito desta senhora, é lamentável esta perda, desta maneira... 
Deixo link para um testemunho de alguém que teve a honra de a conhecer pessoalmente.

10 agosto, 2010

já perdi mais que um Feio

António Feio morreu. Pereceu na sua luta contra uma doença que a ciência ainda não domina. Aplausos e muitas homenagens se fizeram sentir, falou-se dele e do papel marcante que teve no teatro e cultura.

Num ano de baixas difíceis no nosso elenco cultural, (Rosa Lobato Faria, Saramago e António Feio) dou por mim a pensar que estas pessoas que mereceram tantas palavras no www, em jornais e revistas e estranhos nos seus funerais, a mim o que me eram senão exemplos sociais? Pessoas que nos enriquecem indirectamente, que nos tocam á distância do infinito. Que não souberam das minhas lágrimas e risos e ainda assim lá estamos nós a escrever-lhes nos nossos blogs e a avisar os amigos por sms da perda nacional.

A vida tem-me endurecido, pois o que pensei quando soube da morte deste nobre senhor foi: "Sim, já se esperava e então?" 

Alguém escreveu ou noticiou quando em 2001 me morreu a minha grande amiga de liceu Milena? Ou quando há dois anos partiu o Aires? Amigos do coração, não conhecidos ou pessoal dos copos, amigos dos que estavam lá nas lágrimas e nos melhores risos da minha vida. Amigos que me tocaram profundamente e cujas perdas ainda hoje e acho que para sempre sentirei. 

Não fizeram teatro nem ganharam nobel algum a não ser o lugar efectivo no meu coração. 
E pode-se dizer do António Feio que partiu cedo. Cedo?! Em 2001 a Milena e eu tínhamos apenas 22 e 23 anos quando num dia de Fevereiro ela sucumbiu a um derrame cerebral. (quem é que morre aos 23 anos de derrame cerebral? Ainda hoje me interrogo.)
Foi desde aí que aprendi as tais fortes palavras que não de deve deixar nada por dizer ou fazer, não apenas agora com a partida do Feio...

A Milena faria hoje 34 anos, e é sempre no dia do seu aniversário e não no da sua morte que dela me lembro desde manhã á noite, como se estivesse viva, porque com o riso que ela tinha ainda hoje é dificil acreditar que não o esteja.
Lisboa 1994
Desculpem-me os que em mim encontrarem frieza, mas quem era o António Feio para que este post fosse para ele? Mas talvez quem cedo começou a perder pessoas muito próximas entenda...

08 agosto, 2010

Sobre Sonhar

Raramente falo deles, dos meus sonhos. Mas fazem parte de mim como qualquer outra parte do meu corpo. São-me tão reais quanto isso, como se fossem físicos e palpáveis. Uma grande parte de mim são sonhos, uns que me fazem rir quando os construo, outros que me assustam e os que me fazem alcançar objectivos claros, sem redundâncias. 
Já escrevi livros inteiros com histórias fantásticas, já proclamei poemas e vivi romances... a sonhar acordada. 
Se fosse a falar dos sonhos que tenho a dormir teria que abrir todo um novo blog, pois o meu dormir é para mim como um mundo paralelo, onde quando em depressão habito e de lá só saio para manter a sobrevivência física.

Sonhar é viver. 

Grandes amigos, soul brothers, fazem muitas vezes de âncoras entre os meus sonhos e a dita realidade. Dizem: "Não vás, não faças...." - e eu continuo a sonhar. Digo-lhes que não vou, que tenho juízo, mas muitas vezes é mentira. Mas não consigo fazer de outra maneira, se eu sonho que naquela montanha há uma margarida azul, por mais que me digam que não é possível, eu tenho que a subir e ver com os meus próprios olhos que não há lá nada. 
Tantas montanhas já subi sem que no seu topo exista qualquer flor... 
...e desço e recomeço a sonhar.


"Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram."
Carlos Drummond de Andrade

24 julho, 2010

Hospital Central - Maca y Esther



 Personagens da série espanhola Hospital Central que mantém desde há muitas temporadas (anos) uma relação com muita visibilidade na série.

Já na 19ª temporada as actrizes decidem que querem fazer outra coisa da vida, o que é completamente compreensível, e a relação mais caliente desta série vai terminar, com pena de muit@s fãs por esta península ibérica toda.
O sucesso é tal que há fóruns e várias páginas de fãs; deixo aqui  e aqui links para os foruns para quem quiser saber mais ou descobrir este encantador romance, e olhem que vale a pena ;)


Em portugal a série passa no AXN, nunca a vi de seguida, apanho episódios soltos, mas vale sempre a pena ver porque a relação delas é deliciosa e produz muitos sorrisos.

22 julho, 2010

OMD Souvenir - 1981

"Nostalgia é um sentimento que surge a partir da sensação de não poder mais reviver certos momentos da vida." - Diz a wikipédia


Ouvia este música em disco de vinil da minha mãe quando era criança e das duas últimas vezes que a fui visitar, pelo caminho de regresso a Lisboa a rádio passou esta música, das duas vezes :)

08 julho, 2010

Love it!

Tolerância Zero à Homofobia

A homofobia é o novo racismo,  
os gays são os pretos do Séc XXI.

A homofobia – compreendida como a consequência psicológica de uma representação social que, outorgando à heterossexualidade o monopólio da normalidade, fomenta o desdém em relação àqueles e àquelas que se distanciam do modelo de referência – constituem as duas faces da mesma intolerância e merecem, por conseguinte, ser denunciados com o mesmo vigor que o racismo. 
Documento Fonte <- aqui

É habitual num debate ou discussão educativa sobre a desigualdade de direitos sociais das pessoas que gostam de pessoas do mesmo sexo ouvir comentários que me lembram os dos racistas: "Não tenho nada contra os homossexuais mas acho que não deveriam poder casar-se, que isso é para homem/mulher", e o mesmo para o direito de adopção e afins.
Eu lembro-me de ouvir no passado, até no liceu vindo da boca de professores, dizerem que as pessoas de raça negra são iguais a nós, mas que não queriam ter um(a) como genro ou nora!

Eu nunca gostei de falsos tolerantes, aqueles que já atingiram que é socialmente mais correcto afirmar que não têm nada contra mas que na realidade sentem-se contra. E são este tipo de pessoas com as quais mais tenho que lidar, aqueles cujas piadas só sabem ser à volta da homossexualidade, gozar com fulano porque parece gay é portanto indicador que esta pessoa no seu intimo acredita que ser gay é anormal e inferior.

O discurso homófobo não se trata de uma postura ou opinião que tenho que respeitar segundo o fundamento da liberdade de expressão, não pode haver liberdade que atropele a liberdade de vida de outros. Porque então também se pode dizer que Hitller só agiu em conformidade com a sua liberdade de expressão e pensamento!
Infelizmente, pelo tempo que demorou (ou demora) uma sociedade a deixar de ter estes pensamentos em relação à raça negra, eu deverei ter de aturar isto pro resto da minha vida.

No entanto não tenho que me resignar e desistir de educar as pessoas. Porque se pessoas como eu tivessem desistido não se teria aberto mentalidades ao longo da última metade de século para a problemática da homofobia. O silêncio é amigo do racismo, homofobia e qualquer outra discriminação social. O objectivo não é obrigar as pessoas a agirem de uma forma politicamente correcta mas sim fazê-las VER que as pessoas que eventualmente gostam de outrem do mesmo sexo são, tal como os pretos, IGUAIS
É só isto, parece-me tão simples...

A simples suposição da heterossexualidade constitui, por si só, uma violência simbólica quotidiana contra aqueles que não partilham dessa sexualidade presumidamente comum e dita normal. Mas em todo o lado é presumido que se é heterossexual, e portanto nem há cuidado em ferir susceptibilidades no local de trabalho, na fila para o autocarro ou num jantar de amigos e amigos de amigos.
Uma postura homofóbica é uma ofensa, não pode haver tolerância aos homofóbicos. E não só por eles, mas pelos filhos que irão educar e que caso sejam heterossexuais terão uma educação homofóbica, e caso sejam homossexuais serão jovens em constante conflito consigo mesmos.
Quando eu discuto com um homofóbico, e não desisto dessa discussão educativa nunca, ao contrário do que se possa pensar não estou a pensar só em mim, estou a pensar nas gerações vindouras e nos futuros filhos dessa pessoa.

Quem dera à minha geração que alguém tivesse explicado aos nossos pais que a homossexualidade não é uma anormalidade.
Por tudo isto e por uma sociedade mais justa,  não me calo e não calarei.